Um pouco da artesã que habita em mim!!

Desde a infância, o fio me guiou, Com as mãos pequenas, o mundo costurou. Aprendi com o tempo, com o tato, com o chão, A dar nova vida ao que ia ao chão. Retalhos esquecidos viraram flor, Tecidos usados, ganham cor. Cada pedaço, uma história que brota, Cada criação, uma alma que se solta. Sustento o presente com o que o passado me deu, Transformo o velho no que ainda não nasceu. É no simples que vejo o essencial, No reaproveitar, encontro o real. Tenho sede de aprender, sou vento leve, O que é difícil, em mim se escreve. Mãos que criam com alma e verdade, Dão forma à arte com sensibilidade. No gesto singelo, no ponto bordado, Vai o cuidado, vai o legado. Dedicação que se vê, não se ensina, Pois vem do coração e caminha na linha. Sou prática, sou arte, sou flor que se refaz, Na beleza do manual, encontro minha paz. E assim vou costurando o que a vida me traz, Com amor, com talento e com muito mais.

Nasci onde o sol abraça a terra, Na chácara onde o tempo espera. Água Quente, berço sereno, Minha história começa, simples, ameno. Com doze anos, aprendi a bordar, Foi minha avó quem veio me ensinar. Panos de prato, agulha e paixão, O artesanato brotou do coração. Aos quinze, a máquina começou a cantar, Com linha e sonho a se entrelaçar. Fiz tapetes, passadeiras, colchas de amor, Cada ponto meu, um novo esplendor. Vendi na escola, na banca da tia, Peças que levavam alma e poesia. O tempo passou, mas o dom ficou, E cada retalho minha arte bordou. Hoje com trinta e três, sigo a criar, Com retalhos de jeans, começo a transformar. Xuxinhas, chaveiros, bolsas a sorrir, Costuro histórias pra vida seguir. Faço ajustes, conserto emoções, Customizo roupas, renovo intenções. Sou filha da agulha, do fio, da flor, Mulher que costura com alma e amor. Sou Mariana, de mãos que tecem Sonhos antigos que nunca esquecem. Minha arte é raiz, é brilho, é chão— É o bater da vida fe...